De: Júlia Lemos
Obra: Opostos
Cap.
3
O
beijo
Depois da vergonha que
passou na cerimonia de casamento, Amanda perdeu todo o clima pra festa, não ia
querer todo mundo olhando pra ela, apontando e dizendo “Olha lá vai a garota
que foi madrinha de casamento com uma calça masculina maior que ela!” Por isso
preferiu ir pra casa, e Noah foi legal o suficiente pra leva-la.
Ao parar diante da casa
dos tios de Amanda ele disse:
- Então, o quê você vai
ficar fazendo?
- Não sei, acho que vou
dormir.
Ele resolveu que
poderia fazer algo pra deixar a noite dela mais divertida, além disso estaria
se redimindo do mal estar que havia sido criado quando se conheceram.
- A gente poderia ver
um filme, e pedir pizza, comida chinesa, ou qualquer coisa que você gostar. E
ai?
Ela sorriu.
- Tá, tudo bem, entra
ai.
Eles entraram, ela
vestiu um vestidinho solto e calçou chinelos, afinal, não iria ficar o resto da
noite com a famigerada calça.
Ele sorriu e disse: -
Você está bem melhor assim!
Ela remexeu no pequeno
móvel que acomodava a televisão procurando algo bom pra assistir. Mas a única
coisa que havia ali era “Dirty Dancing”. Ela levantou a capa do DVD para que
ele visse.
- Sério que só tem
isso?
- Muito sério.
Ele se deu por vencido.
- Se é a única opção.
Lá pela parte em que
Baby e Jhony começam a treinar a clássica coreografia juntos a pizza chegou.
Eles resolveram parar um pouco o filme pra comer.
Enquanto comiam ela
resolveu iniciar uma conversa.
- Você trabalha com
quê?
- Administração de
empresas, na verdade trabalho no setor de custos de uma multinacional. E você, o
que faz além de trabalhar na loja e espantar os clientes?
Ela sorriu.
- Não espanto os
clientes. Na verdade espanto sim, só os chatos e mal educados. E além de
trabalhar faço faculdade de letras.
- E sobra tempo pra
estudar?
- Sobra, trabalho de
7:00 as 14:00, ganho uma parte da tarde e estudo a noite, não é a melhor
maneira de fazer faculdade, não posso ingressar em nenhuma pesquisa e coisas
assim, mas tem dado certo pra mim.
Ele engoliu um pedaço,
esperou alguns instantes e disse: - Deve ser por isso que não sobra tempo pra
você ter um namorado.
Ela franziu as
sobrancelhas antes de responder:
- Não me lembro de
dizer que eu não tinha um namorado.
- Você não disse, mas
eu quis chutar.
- Por que?
Ele largou a pizza. E
se aproximou dela, estavam sentados no tapete.
- Porque eu precisava
saber se havia algum problema se eu te beijasse.
Ela não chegou a
responder (Se tivesse tempo ela nem conseguiria...), antes que pensasse em algo
ele a beijou. E a química foi quase instantânea. Ele começou com a mão
delicadamente colocada em sua nuca, o beijo que começou como algo muito
carinhoso ganhou uma intensidade incrível, ela não queria parar, e todo o seu
corpo emitia sinais da atração que rolava ali. Quando ele finalmente parou de beija-la,
ela estava ofegante e não pensou em nada inteligente pra falar por isso deixou
escapar.
- Você não me deixou
responder. Se eu realmente tiver um namorado?
Dessa vez que ele
sorriu ela prestou atenção aos mínimos detalhes, as linhas que apareciam ao
lado da boca, aos dentes certinhos e grandes, ao modo como os seus olhos
formavam rugas e ficavam apertados. Deus do céu, ele era lindo, e ela não podia
se apaixonar sem saber que tipo de envolvimento ele estava buscando.
- Você tem?
- Não.
- Foi exatamente o que
eu pensei.
Então se beijaram
novamente. E quando o beijo chegou ao fim ele disse.
- Quem diria que aquela
garota mal humorada poderia ser tão agradável.
Só mesmo ele pra
estragar o momento, ela aproveitou a brecha pra voltar ao filme, não podia mais
se aproximar tanto, não se responsabilizaria pelo que iria acontecer se o
beijasse daquele modo de novo.
...
De volta pra casa ela
não pensava em outra coisa, queria sair com ele de novo, e a única pessoa em
que ela pensaria pra aconselha-la sobre esses assuntos era Fernando. Então um
dia, enquanto jantavam, depois que Amanda chegou da faculdade ela perguntou.
- Como um cara deixa
claro que ele só tá afim de um lance e mais nada?
Ele parou pensou, e
disse:
- Não sei, depende do
cara da situação, de como se conheceram. Normalmente quando um cara tá afim de
um lance ele sai de casa procurando um lance, e não se abre tanto pra
possibilidade de arrumar alguém mais sério, isso acontece quando ele se abre
pra essa possibilidade, e de alguma maneira ele conhece alguém que parece ter
aquele que ele procura. Mas é claro que não é uma regra geral, as pessoas são
diferentes umas das outras.
- Sabe tem um cara, eu
conheci ele numa situação tão louca, mas de uma maneira inesperada rolou um
clima, e não sei bem como entender o que ele esta querendo, do jeito que os
caras andam hoje você não pode simplesmente se abrir pra sentimentos, pode ser
que ele nem queira nada a mais...
Ele sorriu.
- Olha só quem está se
apaixonando, mas já estava na hora viu, você estava muito sem companhia.
- Você é quem pensa,
você não sabe de nada porque em vez e trazer os caras pra cá normalmente vou
pra casa deles, mas eu tenho meus lances, não tantos, alguns.
Na verdade fazia seis
meses que ela não saía com ninguém, e quando saía não era com tanta frequência,
mas ela tinha seus flertes.
- Mas me conta que cara
é esse?
Então ela contou tudo o
que tinha acontecido, no meio da história Luíza chegou e também ficou a par de
tudo.
- Nossa Amanda, eu
achei esse cara um charme, você tem que ligar pra ele e convidar 9pra jantar.
Fernando logo
discordou.
- Não seja tão óbvia,
não porque a mulher não possa convidar, mas deixe um mistério no ar, não mostre
logo que está afim, liga mas dá um de quem só ligou dar um oi, e não está se
importando tanto assim. Vai por mim, isso instiga, passa uma ideia de
autoconfiança.
Era um pouco tarde mas
ela ligou.
- Oi Amanda tudo bem?
-
Tudo e você?
-
Tô ótima.
( Silencio
constrangedor )
- Sabe chegaram uns livros daquela coleção que você brigou comigo por
um, lembrei de você. ( Ela ficou se perguntando se não tinha nada mais
legal pra falar, mas foi isso que saiu )
- Adoraria passar lá pra olhar, e depois sair pra comer com você quem
sabe... Mas tô em São Paulo agora. Não paro de pensar em você e no seu beijo.
( Ela realmente não soube
o que dizer )
-
Estou imaginado você com as bochechas vermelhas de constrangimento.
-
Não estou constrangida. – Ele ouviu o sorriso o outro lado
da linha.
-
Imagina. Olha eu preciso dormir agora, porque acordo muito cedo amanhã, mas eu
adorei falar com você.
Depois de se despedirem
e desligarem, os dois telespectadores finalmente puderam perturbar Amanda á
vontade. Mas ele estava pensando nela, e de alguma maneira que ela não podia
entender isso tinha deixado a noite mais feliz.
Abraços!
Primeiramente,parabéns pelas histórias! E, Lily, ja atualizei o blog e começarei a postar frequentemente agora que esta tudo organizado. Adorarei trocar ideias! Bjs
ResponderExcluirObrigada, abraços!
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