quarta-feira, 10 de julho de 2013

Olá leitores!

Estamos finalmente postando nossa primeira história, esperamos sinceramente que vocês gostem.



De: Lily Santos
Obra:  Ao Luar


Cap1

Iniciada

Ela lembrava perfeitamente da época em que acordar era terrível. Agora acordar era momento pelo qual esperava o dia todo. Tudo tinha começado há tão pouco tempo, embora parecesse um século fazia apenas um ano. Há um ano se alguém lhe mostrasse o que estava para acontecer ela não acreditaria.
Em Fevereiro de 2012 ela estava passando por uma das melhores fases de sua vida. Tinha acabado de passar no vestibular de psicologia, estava tudo programado para a comemoração com os pais, que estavam vindo do interior especialmente pra isso. Mas algo a incomodava naquela noite, estava com sensação de que alguém a observava. Fechou todas as cortinas do minúsculo apartamento que morava. Tomou um banho quente e foi ver o que faria pra jantar. Não tinha nenhum semi-pronto, estava morta de fome e cansada, naquele dia o trabalho tinha sido pesado, não iria cozinhar. Acendeu o visor do celular, 21:00 horas, não havia mais supermercados abertos, não os que eram perto de sua casa. Sua única opção era ir comer numa lanchonete perto de casa, e foi exatamente o que fez. Colocou um moletom por cima da camiseta, calçou um par de chinelos, fez um rabo de cavalo nos cabelos ondulados e saiu.
Comeu um pastel, com porção de fritas e suco. No caminho de volta começou a sentir que havia alguém a acompanhando, mas sempre que olhava pra traz repentinamente, não via mais ninguém, apressou o passo, pois a rua de sua casa estava vazia, e os espaços entre os prédios do conjunto habitacional que morava eram estreitos e escuros, alguém poderia muito bem se esconder ali, e com os rumores de assalto e violência, não podia facilitar. Sentiu um grande alivio ao se aproximar da arvore que ficava em frente ao seu prédio, enfiou a mão no casaco para pegar a chave, quando sentiu um impacto de alguém caindo sobre suas costas, tentou se levantar, mas o peso do  corpo da outra pessoa a empurrava pra baixo, e com uma mão sobre seus olhos empurrava sua cabeça pra trás, até que sentiu uma dor aguda no pescoço, pouco a pouco sua força foi se esvaindo, começou a sentir sede, e em pouco tempo apagou.
Ao abrir os olhos pode ver as pequenas protuberâncias que formavam a textura, e o branco do teto do seu quarto. Sentia uma forte dor de cabeça, e uma contração estomacal avisou que iria vomitar, correu para o banheiro e pôs tudo o que havia no estômago pra fora. Lavou a boca e passou um pouco de água na testa. Estava certa que tudo o que lembrava, tinha sido um sonho, um pesadelo na verdade. Ao olhar seu rosto no espelho viu duas olheiras enormes escuras ao redor dos olhos, além de estar muito pálida, e foi com uma baque que percebeu dois pequenos furos no pescoço.
Ao voltar para se deitar na cama olhou a hora no celular, para sua surpresa já eram 19:00 horas do dia seguinte, havia estado desacordada o dia inteiro. Tinha perdido um dia de trabalho, e certamente os pais haviam ligado para confirmar a visita, na verdade havia uma mensagem de texto.

De: Mamãe

Dara, eu e seu pai estamos apenas querendo confirmar que você irá nos receber,
me responda para confirmar a mensagem.
Te amo, bjus

Depois do dia inteiro eles deveriam estar preocupados, havia outra mensagem.

De: Mamãe

Querida, precisamos da sua resposta, vc recebeu a outra mensagem? Entra em contato tá?
Bjus.

Não queria preocupar os pais, com aquela aparência, nem com seu apagão naquele dia, por isso respondeu de modo curto, mas direto.

De: Dara

Desculpa a demora mãe, é que estive muito ocupada hoje, alias estarei assim a semana inteira, haveria algum problema se vc e papai virem no sábado?
Tbm te amo.

Ao enviar a mensagem foi pra cozinha buscar um copo de água, estava com uma sede terrível, como se nunca tivesse bebido água na vida, na verdade era mais como se não houvesse uma gota de água em seu organismo, no entanto instantes depois de ingerir a água vomitou. Desistiu de beber de novo e voltou a se deitar. Alguns instantes depois, recebeu a resposta da mãe.



De: Mamãe

Tudo bem filha, então no sábado logo cedo sairemos daqui,
Estamos com muita saudade de vc.

Bjos.

Não conseguiu dormir, sentia algo que não sabia explicar o que era, precisava de algo, mas não sabia exatamente o quê. Se vestiu e saiu de casa.
Era noite, mas nunca a tinha visto tão luminosa, mesmo com a lua crescente, podia observar todos os detalhes, podia ouvir cada ruído, sentir cada cheiro, de modo como nunca tinha sido antes. Ela estava diferente. E a sede continuava apertando sua garganta. Ao caminhar pela praia passou por algumas pessoas, elas exalavam um cheiro... Tão... Atraente, tentador. 
Sem que percebesse como, uma mulher chegou e estava em pé, diante dela.
- Olá, posso ajuda-la?
Era uma voz aguda, tinha uma aparência frágil, era como uma bonequinha de porcelana, branca e delicada. Cabelos muito escuros e cacheados, e exalava um cheiro diferente de todas as pessoas ali, era como cheiro de algum coisa quando morre, mas estranhamente não era ruim, era quase familiar.
- Não sei, eu te conheço? – A própria voz estava diferente.
- Não, mas estou vendo que precisa de ajuda, alguém transformou você, mas não me parece que tenha alguém pra te ajudar, e pelo seu cheiro você nem se alimentou ainda.
- Alguém me transformou? Do que você está falando?
A mulher exibiu uma expressão impaciente.
- Não se faça de idiota, você já percebeu que está diferente, e a sede que você está sentindo em breve vai tirar você do controle de sua mente. Então você vai se expor, por isso seu criador deveria estar aqui.
- Criador?
Ela revirou os olhos.
- Me acompanhe.
Depois de caminharem em silencio por 15 minutos chegaram a uma área da praia bem deserta.
- Fique nessa área escondida em silencio, e não importa o que aconteça não saia daqui, e observe o que vou fazer, é exatamente o que você terá que fazer para sobreviver a partir de agora.
Dara ficou onde a estranha tinha indicado, e por alguns instantes ficaram lá, até que um cara se aproximou, com uma garrafa de bebida na mão não parecia nada sóbrio, com uma velocidade sobrenatural ela atacou o homem, e mordeu seu pescoço, ele se debateu por instantes, mas depois ficou imóvel, e então a mulher se levantou.
- Você matou ele?
- Na verdade eu me alimentei dele, vá lá e termine.
Dara estava estranhamente calma pra alguém que presenciou um assassinato. O cheiro estava cada vez mais forte e tentador, enchia o ar.
- Não posso...
- Mas você quer, sente o cheiro? É sangue, só isso mata sua sede agora, vá e se alimente.
Caminhou até o homem, então como se fosse algo que fez a vida inteira sugou até ultima gota de sangue. E para o próprio horror e prazer, foi a melhor sensação que tinha sentido em toda sua existência.
Fazia apenas um ano, mas era como se fosse uma eternidade, e agora depois de se tornar vampira ela poderia ter sido apenas mais uma, mas ela era diferente, ela fazia o mundo melhor, era para isso que acordava todas as noites, para limpar o mundo da escória, e se alimentar do sangue de todos os humanos que são como ela, assassinos. Não era por justiça, afinal ela gostava de matar, isso a mantinha viva, mas algo a dizia que se tinha que fazer, poderia ser de um modo que não ferisse inocentes, e era exatamente pra isso que estava empoleirada naquela árvore. Esperando que ele se aproximasse, eram 2:55 da manhã, tinha seguido aquele homem a noite inteira, sabia que ele ia matar, estava apenas esperando a hora certa de se aproximar. Então ouviu ruídos que anunciavam a chegada, ele vinha e apontava uma arma para a cabeça de outro homem, provavelmente um drogado que não tinha pago sua conta, não importava.
- Me deixa ir cara, eu to com dinheiro pra pagar parte da divida, só preciso passar na casa da minha mãe pra pegar...
O homem armado sorriu.
- Você acha mesmo que vai se sair tão fácil? Eu te avisei que não sou de brincadeira, ajoelha.
Antes que o homem pudesse atirar ela atacou, de modo tão silencioso que o homem de joelhos nem notou, só quando o som do corpo morto despencando foi emitido ele se virou, no exato momento em que ela limpava o canto da boca.
- Quem é você?
- Não importa, saia daqui e faça de conta que isso nunca aconteceu, se você mencionar essa noite pra alguém, eu encontro você e te mato.
Ele provavelmente não se lembraria, suas pupilas dilatadas mostravam que estava sob efeitos de drogas pesadas, tudo seria uma grande loucura no dia seguinte.
Depois de se livrar do corpo, se encaminhou para o Recife antigo, iria dançar, afinal o que fazer durante a madrugada se não matar e dançar?


Aguardem o próximo Capítulo!


É isso pessoal, até semana que vem, comentem e deixem suas opiniões sinceras, e se alguém também quiser postar histórias é só entrar em contato pelo email.

Abraços.

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