Estamos finalmente postando nossa primeira história, esperamos sinceramente que vocês gostem.
De: Lily Santos
Obra: Ao Luar
Cap1
Iniciada
Ela lembrava perfeitamente da
época em que acordar era terrível. Agora acordar era momento pelo qual esperava
o dia todo. Tudo tinha começado há tão pouco tempo, embora parecesse um século
fazia apenas um ano. Há um ano se alguém lhe mostrasse o que estava para
acontecer ela não acreditaria.
Em Fevereiro de 2012 ela estava
passando por uma das melhores fases de sua vida. Tinha acabado de passar no
vestibular de psicologia, estava tudo programado para a comemoração com os
pais, que estavam vindo do interior especialmente pra isso. Mas algo a
incomodava naquela noite, estava com sensação de que alguém a observava. Fechou
todas as cortinas do minúsculo apartamento que morava. Tomou um banho quente e
foi ver o que faria pra jantar. Não tinha nenhum semi-pronto, estava morta de
fome e cansada, naquele dia o trabalho tinha sido pesado, não iria cozinhar.
Acendeu o visor do celular, 21:00 horas, não havia mais supermercados abertos,
não os que eram perto de sua casa. Sua única opção era ir comer numa lanchonete
perto de casa, e foi exatamente o que fez. Colocou um moletom por cima da
camiseta, calçou um par de chinelos, fez um rabo de cavalo nos cabelos
ondulados e saiu.
Comeu um pastel, com porção de
fritas e suco. No caminho de volta começou a sentir que havia alguém a
acompanhando, mas sempre que olhava pra traz repentinamente, não via mais
ninguém, apressou o passo, pois a rua de sua casa estava vazia, e os espaços
entre os prédios do conjunto habitacional que morava eram estreitos e escuros,
alguém poderia muito bem se esconder ali, e com os rumores de assalto e
violência, não podia facilitar. Sentiu um grande alivio ao se aproximar da
arvore que ficava em frente ao seu prédio, enfiou a mão no casaco para pegar a
chave, quando sentiu um impacto de alguém caindo sobre suas costas, tentou se
levantar, mas o peso do corpo da outra pessoa a empurrava pra baixo, e com uma mão
sobre seus olhos empurrava sua cabeça pra trás, até que sentiu uma dor aguda no
pescoço, pouco a pouco sua força foi se esvaindo, começou a sentir sede, e em
pouco tempo apagou.
Ao abrir os olhos pode ver as
pequenas protuberâncias que formavam a textura, e o branco do teto do seu
quarto. Sentia uma forte dor de cabeça, e uma contração estomacal avisou que
iria vomitar, correu para o banheiro e pôs tudo o que havia no estômago pra
fora. Lavou a boca e passou um pouco de água na testa. Estava certa que tudo o
que lembrava, tinha sido um sonho, um pesadelo na verdade. Ao olhar seu rosto
no espelho viu duas olheiras enormes escuras ao redor dos olhos, além de estar
muito pálida, e foi com uma baque que percebeu dois pequenos furos no pescoço.
Ao voltar para se deitar na cama
olhou a hora no celular, para sua surpresa já eram 19:00 horas do dia
seguinte, havia estado desacordada o dia inteiro. Tinha perdido um dia de
trabalho, e certamente os pais haviam ligado para confirmar a visita, na
verdade havia uma mensagem de texto.
De: Mamãe
Dara, eu e seu pai
estamos apenas querendo confirmar que você irá nos receber,
me responda para
confirmar a mensagem.
Te amo, bjus
Depois do dia inteiro eles deveriam estar preocupados, havia
outra mensagem.
De: Mamãe
Querida, precisamos
da sua resposta, vc recebeu a outra mensagem? Entra em contato tá?
Bjus.
Não queria preocupar os pais, com aquela aparência, nem com
seu apagão naquele dia, por isso respondeu de modo curto, mas direto.
De: Dara
Desculpa a demora
mãe, é que estive muito ocupada hoje, alias estarei assim a semana inteira,
haveria algum problema se vc e papai virem no sábado?
Tbm te amo.
Ao enviar a mensagem foi pra
cozinha buscar um copo de água, estava com uma sede terrível, como se nunca
tivesse bebido água na vida, na verdade era mais como se não houvesse uma gota
de água em seu organismo, no entanto instantes depois de ingerir a água
vomitou. Desistiu de beber de novo e voltou a se deitar. Alguns instantes
depois, recebeu a resposta da mãe.
De: Mamãe
Tudo bem filha, então no sábado logo cedo sairemos daqui,
Estamos com muita saudade de vc.
Bjos.
Não conseguiu dormir, sentia algo
que não sabia explicar o que era, precisava de algo, mas não sabia exatamente o
quê. Se vestiu e saiu de casa.
Era noite, mas nunca a tinha
visto tão luminosa, mesmo com a lua crescente, podia observar todos os
detalhes, podia ouvir cada ruído, sentir cada cheiro, de modo como nunca tinha
sido antes. Ela estava diferente. E a sede continuava apertando sua garganta.
Ao caminhar pela praia passou por algumas pessoas, elas exalavam um cheiro...
Tão... Atraente, tentador.
Sem que percebesse como, uma
mulher chegou e estava em pé, diante dela.
- Olá, posso ajuda-la?
Era uma voz aguda, tinha uma aparência
frágil, era como uma bonequinha de porcelana, branca e delicada. Cabelos muito
escuros e cacheados, e exalava um cheiro diferente de todas as pessoas ali, era
como cheiro de algum coisa quando morre, mas estranhamente não era ruim, era
quase familiar.
- Não sei, eu te conheço? – A própria
voz estava diferente.
- Não, mas estou vendo que
precisa de ajuda, alguém transformou você, mas não me parece que tenha alguém
pra te ajudar, e pelo seu cheiro você nem se alimentou ainda.
- Alguém me transformou? Do que
você está falando?
A mulher exibiu uma expressão
impaciente.
- Não se faça de idiota, você já
percebeu que está diferente, e a sede que você está sentindo em breve vai tirar
você do controle de sua mente. Então você vai se expor, por isso seu criador
deveria estar aqui.
- Criador?
Ela revirou os olhos.
- Me acompanhe.
Depois de caminharem em silencio por
15 minutos chegaram a uma área da praia bem deserta.
- Fique nessa área escondida em
silencio, e não importa o que aconteça não saia daqui, e observe o que vou
fazer, é exatamente o que você terá que fazer para sobreviver a partir de
agora.
Dara ficou onde a estranha tinha
indicado, e por alguns instantes ficaram lá, até que um cara se aproximou, com
uma garrafa de bebida na mão não parecia nada sóbrio, com uma velocidade sobrenatural
ela atacou o homem, e mordeu seu pescoço, ele se debateu por instantes, mas
depois ficou imóvel, e então a mulher se levantou.
- Você matou ele?
- Na verdade eu me alimentei
dele, vá lá e termine.
Dara estava estranhamente calma
pra alguém que presenciou um assassinato. O cheiro estava cada vez mais forte e
tentador, enchia o ar.
- Não posso...
- Mas você quer, sente o cheiro?
É sangue, só isso mata sua sede agora, vá e se alimente.
Caminhou até o homem, então como
se fosse algo que fez a vida inteira sugou até ultima gota de sangue. E para o
próprio horror e prazer, foi a melhor sensação que tinha sentido em toda sua existência.
Fazia apenas um ano, mas era como
se fosse uma eternidade, e agora depois de se tornar vampira ela poderia ter
sido apenas mais uma, mas ela era diferente, ela fazia o mundo melhor, era para
isso que acordava todas as noites, para limpar o mundo da escória, e se
alimentar do sangue de todos os humanos que são como ela, assassinos. Não era
por justiça, afinal ela gostava de matar, isso a mantinha viva, mas algo a
dizia que se tinha que fazer, poderia ser de um modo que não ferisse inocentes, e
era exatamente pra isso que estava empoleirada naquela árvore. Esperando que
ele se aproximasse, eram 2:55 da manhã, tinha seguido aquele homem a noite
inteira, sabia que ele ia matar, estava apenas esperando a hora certa de se
aproximar. Então ouviu ruídos que anunciavam a chegada, ele vinha e apontava
uma arma para a cabeça de outro homem, provavelmente um drogado que não tinha
pago sua conta, não importava.
- Me deixa ir cara, eu to com
dinheiro pra pagar parte da divida, só preciso passar na casa da minha mãe pra
pegar...
O homem armado sorriu.
- Você acha mesmo que vai se sair
tão fácil? Eu te avisei que não sou de brincadeira, ajoelha.
Antes que o homem pudesse atirar
ela atacou, de modo tão silencioso que o homem de joelhos nem notou, só quando
o som do corpo morto despencando foi emitido ele se virou, no exato momento em
que ela limpava o canto da boca.
- Quem é você?
- Não importa, saia daqui e faça
de conta que isso nunca aconteceu, se você mencionar essa noite pra alguém, eu
encontro você e te mato.
Ele provavelmente não se lembraria,
suas pupilas dilatadas mostravam que estava sob efeitos de drogas pesadas, tudo
seria uma grande loucura no dia seguinte.
Depois de se livrar do corpo, se
encaminhou para o Recife antigo, iria dançar, afinal o que fazer durante a
madrugada se não matar e dançar?
Aguardem o próximo Capítulo!
É isso pessoal, até semana que vem, comentem e deixem suas opiniões sinceras, e se alguém também quiser postar histórias é só entrar em contato pelo email.
Abraços.
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